terça-feira, 30 de junho de 2009

DUAS BOLAS, POR FAVOR...

Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido.
Uma só!!
Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa!
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.
O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.
Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de ‘fácil’).
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar !!
E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em ‘acertar’, tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação…
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão…
Às vezes dá vontade de fazer tudo ‘errado’.
Deixar de lado a régua,o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.
Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim:
‘Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora’…
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga:cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do ‘Law and Order’, uma caixa de trufas bem maciase o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago...


Danuza Leão
"Os vencedores sempre fazem mais, muito mais do que o suficiente".
Stan Rapp e Tom Collins

segunda-feira, 29 de junho de 2009

TELEMARKETING

VOSSA EXCELÊNCIA ESTÁ REPROVADO

O senador José Sarney, melancolicamente, gaguejando, discursou no Senado, pedindo que a sociedade o julgue não pelos recentes atos da nomeação de familiares por atos secretos, mas pelos 55 anos da vida pública dele.

OK, senador, já que o senhor está pedindo, vamos lá. Em respeito ao tempo das pessoas que aqui passam vou resumir em três pontos minhas premissas:

1. Por ter apoiado a ditadura militar e... depois Tancredo e... depois FHC e... agora Lula, confirmando sua atuação como radical de centro, um verdadeiro gafanhoto que se equilibra no poder segundo as conveniências para estar sempre desfrutando de benesses em nível federal e também...

2. Por tudo que o senhor já causou e ainda causa ao sofrido povo do Maranhão onde sua família está desde antanho no poder e também...

3. Por ter sido eleito senador pelo Amapá, estado onde o senhor não tem domicílio-o que, by the way, é contra a lei - apenas para criar mais um curral eleitoral e ampliar seu espaço de poder sobre o sofrido povo brasileiro...

Eis meu julgamento: Vossa Excelêcia está reprovado!

PS: Além de comentar aqui, você também pode enviar sua manifestação diretamente para o senador Sarney: sarney@senador.gov.br

Blog do Tas
“Nada revela tanto o caráter de uma pessoa quanto as coisas que a fazem rir".
Goethe

sexta-feira, 26 de junho de 2009

JINGLES

Os melhores jingles de rádio do Século XX.

PACIÊNCIA

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"...
E o bem comportado executivo? O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o trabalho uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela. Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado. Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda- se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui? Respire... Acalme-se... O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro para o sol, com ou sem a sua paciência...
Arnaldo Jabor
“Quem ri por último perdeu todo o tempo que passou sem rir.”
Eno Teodoro Wanke

quinta-feira, 25 de junho de 2009

PEGADINHA LEVADO AO ESTADO DA ARTE

Tem gente, como o pessoal do College Humor, que consegue levar a bobagem da pegadinha próximo do estado de arte. Nos EUA existem competições, com prêmios para a torcida, de quem consegue acertar a cesta do meio da quadra. Veja o que este moleque de camiseta amarela faz com o amigo dele, de casaco vermelho, ao combinar uma pegadinha que envolve a cumplicidade de todos os torcedores que lotam um ginásio numa final do basquete norte-americano.



Blog do Tas

MÁ NOTÍCIA

É meio da madrugada, o telefone toca. Nosso amigo levanta-se e atende:

“Alô, Seu Carlos? Aqui é o Arnaldo, caseiro do seu sítio.”

“Pois não, Seu Arnaldo. Que posso fazer pelo senhor? Houve algum problema?”

“Ah, eu só tô ligando para avisar pro sinhô que o seu papagaio morreu.”

“Meu papagaio? Morreu? Aquele que ganhou o concurso?”

“É, ele mesmo.”

“Puxa! Que desgraça! Gastei uma pequena fortuna com aquele bicho! Mas ele morreu de que?”

“De comer carne estragada.”

“Carne estragada? Quem fez essa maldade? Quem deu carne pra ele?”

“Ninguém. Ele comeu a de um dos cavalos mortos.”

“Cavalo morto? Que cavalo morto, seu Arnaldo?”

“Aqueles puro-sangue que o senhor tinha! Eles morreram de tanto puxar a carroça d’água!”

“Tá louco? Que carroça d’água?”

“Para apagar o incêndio!”

“Mas que incêndio, meu Deus?”

“Na sua casa... uma vela caiu, aí pegou fogo na cortina!”

“Caramba, mas aí tem luz elétrica! Que vela era essa?”

“Do velório!”

“Que velório, droga???!!!”

“Da sua mãe! Ela apareceu aqui sem avisar e eu dei um tiro nela pensando que fosse um ladrão!”

quarta-feira, 24 de junho de 2009

"A virtude, o estudo e a alegria são três irmãos que não devem viver separados."
Voltaire

terça-feira, 23 de junho de 2009

SIMPATIAS DE SÃO JOÃO

Tudo para a noite de hoje, hein? Se perder mais esta chance, ainda tem São Pedro.
Simpatia dos carvões
Pegue dois pedaços de carvão, de tamanhos diferentes e coloque-os em uma bacia (de preferência de ágata) com água. Deixe-a debaixo da sua cama. O primeiro pedaço colocado representa o ano de 2009 e o segundo pedaço, o ano de 2010. No dia seguinte, você saberá se encontrará sua alma gêmea neste ano dependendo do carvão que boiar primeiro no dia seguinte.

Para saber se terá dinheiro
No dia 23 pegue um ramo de louro e passe levemente pelo fogo. Depois, jogue-o sobre o telhado da sua casa. Se no dia seguinte ele ainda estiver verde, simboliza dinheiro para este e os próximos anos, mas se estiver retorcido, é um sinal de dificuldades. (Ué? E quem mora em apartamento?)
Casamento próximo
No dia de São João, coloque duas agulhas de tamanhos iguais dentro de uma bacia com água contendo duas colheres de açúcar. Se no dia seguinte, se elas estiverem próximas, simboliza que o casamento também está próximo.

Simpatia com a nota de um real
No dia 23, coloque sobre o estrado da sua cama, ou seja, abaixo do seu colchão, uma nota de um real. No dia 24/6, ao sair de casa, dê a cédula ao primeiro pobre que encontrar e pergunte o seu nome. Pode ser indício do nome do seu futuro pretendente. Você poderá verificar também a primeira letra do nome e o tempo da seguinte maneira, através da primeira vogal: A - um mês, E - dois meses, I - três meses, O - quatro meses e U, cinco meses.
UM ÓTIMO SÃO JOÃO PRA TODO MUNDO!

BATE-PAPO

Miguel Paiva


"De nada adianta correr: é preciso partir a tempo".
Jean de La Fontaine

quinta-feira, 18 de junho de 2009

CAIU

Caiu ontem, por decisão do STF, a obrigatoriedade do diploma de jornalista. Foram 8 votos a 1 - o voto contrario foi do ministro Marco Aurélio Mello. Os ministros do STF aceitaram o recurso interposto pelo Sertesp (Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo) e Ministério Público Federal contra a exigência do diploma.
BlueBus
+++

Não liguem para mim hoje. A gente se fala quando o luto e o ódio da lembrança dos 4 anos de faculdade perdidos passarem.

PANTOMIMA

RyotIRAS

IDENTIDADE CONTRA A CRISE

Tem-se falado que uma das consequências da crise econômica mundial é uma certa caída de ficha entre as pessoas que têm prazer em ostentar. A tendência, dizem, é não esfregar sua riqueza na cara dos outros. Já não era sem tempo: sempre achei ostentação uma cafonice. Eu pagaria uma fortuna para não andar de limusine, não viver numa casa com 15 quartos e não usar boa parte dos vestidos que desfilaram no tapete vermelho do Oscar. E se alguém me pedisse pra citar um exemplo de mulher jeca, é bem provável que alguma milionária me viesse à cabeça. Um disco voador me largou nesse planeta e esqueceu de me buscar.

Há que se ter uma certa cautela com essa história de crise. Sei que ela existe, mas também sei que o excesso de precaução pode alavancá-la: é tanta gente com medo do que está por vir que a retração começa antes da hora, e aí corta-se, demite-se, enxuga-se. Se a crise acachapante não vier, a desconfiança terá instalado outra crise no lugar.

Mas já que não se fala em outro assunto, vale refletir sobre o que esse momento pode ter de positivo, e a diminuição da ostentação é apenas a ponta do iceberg. Com ou sem crise, já estava mesmo na hora de uma reciclagem de atitudes e de pensamento. Restabelecer prioridades. Sai a conta estratosférica de certos restaurantes, que costumam cobrar até 150% a mais no preço de uma garrafa de vinho, e trocar por encontros entre amigos, em casa, cada um trazendo do super a sua colaboração. Em vez de só darmos atenção para a roupa nova que a nossa amiga está vestindo, reparar melhor no seu semblante e procurar descobrir a razão do seu olhar triste. Deixar o carro mais tempo na garagem e andar a pé ou de bicicleta que, aliás, era o meio de transporte preferido de John John Kennedy, que nunca precisou economizar.

Festa de 15 anos para 600 convidados com show ao vivo e três trocas de vestido? Usar brinco, colar, gargantilha, pulseira, anel, tornozeleira, tudo ao mesmo tempo, e ainda carregar uma bolsa de 2 mil dólares com a grife saltando aos olhos? Torneiras de ouro no lavabo (em apartamentos em que a mensalidade do condomínio geralmente está atrasada?). Isso é saber viver?

Cada um escolhe o que fazer com o seu dinheiro, combinado. Mas já que virou moda não ostentar (deveria ser regra), então que se aproveite a tendência da estação para consumir atitudes novas: ser elegante sem torrar uma nota preta, economizar água e ajudar a conter a poluição, não abrir mão de ter amigos verdadeiros, deixar de valorizar relações descartáveis, alimentar a alma e o espírito com muita arte e cultura, buscar um lazer revigorante junto à natureza, cuidar do corpo de forma saudável e não apenas cirúrgica, sorrir em vez de reclamar tanto, falar menos de dinheiro, fazer o que se gosta sem se preocupar com a repercussão, dar valor ao que tem valor, e não apenas ao que tem preço.

Não vá por mim, que eu nem sou daqui. Mas vá por você.

Martha Medeiros, publicado no Jornal Zero Hora/RS dia 29/03/2009
“O que prevemos raramente ocorre; o que menos esperamos geralmente acontece.”
Benjamin Disraeli

quarta-feira, 17 de junho de 2009

AMBIÇÃO E ÉTICA

O consultor de empresas e conferencista Stephen Kanitz escreveu um artigo intitulado "Ambição e Ética", que foi publicado na revista Veja, do qual extraímos algumas reflexões.

Kanitz define a ambição como sendo tudo o que você pretende fazer na vida. São seus objetivos, seus sonhos, suas resoluções.

As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro, casar com uma moça ou um moço bonito ou viajar pelo mundo afora.

A mais pobre das ambições é querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si só não é objetivo: é um meio para alcançar sua verdadeira ambição, como, por exemplo, viajar pelo mundo.

Já a ética são os limites que você se impõe na busca de sua ambição. É tudo que você não quer fazer na luta para conseguir realizar seus objetivos. Como não roubar, não mentir ou pisar nos outros para atingir sua ambição, ou seja, é o conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão.

A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos não mostram ambição, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ética.

Se o filho colou na prova, não importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior.

Algumas escolas estão ensinando a nossos filhos que ética é ajudar os outros. Isso, porém, não é ética, é ambição.

Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambição de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a não falar em sala de aula, a não perturbar a classe, mas pouco sobre ética.

O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário.

E por quê? Por que dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos.

Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição.

O mundo conheceu a história de uma estagiária na casa branca, que colocou a ambição na frente da ética e tirou o partido democrata do poder, numa eleição praticamente ganha, devido ao enorme sucesso da economia na sua gestão.

Não há nada de errado em ser ambicioso, desde que se defina cedo o comportamento ético.

Quando a ambição passa por cima da ética como um rolo compressor, o resultado é o que podemos acompanhar nos noticiários que ocupam as manchetes em nosso país. Assim, para mudar definitivamente essa situação, é preciso estabelecer um limite para nossa ambição não nos permitindo, em hipótese alguma, violar a ética para satisfação pessoal, em detrimento do coletivo.

Conforme ensinou Jesus, "seja o seu falar: sim, sim, não, não". Seja em que situação for.

E se estiver difícil definir se estamos agindo com ética ou não, basta imaginar como julgaríamos esse ato, se praticado por outra pessoa.

Se o condenamos é porque não é ético. Se o aprovamos e julgamos justo, então podemos seguir em frente.

Equipe de Redação do Momento Espírita, baseado em artigo de Stephen Kanitz publicado na revista Veja do dia 24 de janeiro de 2001.

USO ERRADO DE FARÓIS É GRANDE PRAGA DO ASFALTO BRASILEIRO

Uma revista especializada de Lisboa fez reportagem de capa mostrando que a maior praga do asfalto português é o uso errado dos faróis de neblina, ou de milha, ou auxiliares.

Essa também é a grande praga do asfalto brasileiro. Trata-se de um tipo de farol que não serve para ver, mas apenas para ser visto. Para identificar que há um veículo trafegando dentro de densa neblina. Ele não tem luz baixa. Tem apenas um facho, feito para ofuscar, para identificar o carro na neblina e acende um filamento a mais nas lanternas traseiras, para alertar quem vem atrás.

Se usado sem neblina, ofusca até quem estiver numa janela do sexto andar. Ofusca quem vai a frente, quem vem sentido contrário e quem vem atrás. É uma praga. Quem liga esses faróis sem neblina, certamente não faz de propósito para ofuscar os outros. O faz apenas por ignorância.

Cabe multa por usar luz alta. Mas, como conclui o comandante Celso Franco, uma das maiores autoridades no assunto, é uma infração que só pode ser flagrada com controle fotográfico, de pardal, porque o custo operacional de um fiscal se movimentar é impraticável.

O básico é o uso do farol baixo, que tem duas funções: permitir que o motorista veja; e permitir que o carro do motorista seja visto. Por isso se usa farol baixo de dia na chuva e ao amanhecer e ao anoitecer, quando o sol está no horizonte e prejudica a visão.

Quem está com farol apagado, vira fantasma, não é visto pelos outros. Por fim, luz de posição ou lanterna serve para sinalizar carro parado; não carro andando. Carro andando é sinalizado pelos faróis.

Um carro não é um secador de cabelo ou um barbeador, que apenas se liga na tomada. É preciso aprender tudo sobre ele, lendo o manual e o código de trânsito. Sem isso, vira arma, que no Brasil mata mais de 200 por dia.
Alexandre Garcia
“A juventude não é uma época da vida, é um estado de espírito.”
Samuel Ullman

terça-feira, 16 de junho de 2009

"O hoje vale por dois amanhãs".
Francis Quarlis

É HOJEEEEEEEEE!!!

16 de junho de 2009.
Sol sob o signo de Gêmeos. O dia mais importante, mais gostoso, mais lindo, mais ensolarado, mais lembrado, mais comemorado do ano todo!
Astral do MEU dia:
Espírito audacioso e dinâmico dá movimento a este dia. Porém, as ações e reações precisam ser temperadas pela razão e pelo bom senso (ui!). Observando nossas atitudes e equilibrando o impulso de ação, o dia tende a ser cheio de atividades e bastante produtivo (deve ser a aula de Direito Eleitoral hj). Há coragem para enfrentar situações desafiadoras (ah, o trânsito para meu médico em Boa Viagem) e objetividade para solucionar problemas. Emoções contidas podem ser expressas com clareza e sem ressentimentos (expressei bem hj!). Isto pode ser um ponto favorável para eliminar dúvidas e incertezas em qualquer relacionamento (certamente, certamente).

Pontos Fortes: Agilidade – Destreza – Clareza.
Pontos Fracos: Nervosismo – Impaciência – Imprudência.
por Elmer Baumgratz
PARABÉNS PARA MIM!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O AMOR E O TEMPO...

De tudo ficam três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
E a certeza de que seremos interrompidos
Antes de terminar.

Portanto, devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
E da procura... Um encontro!

Fernando Pessoa
Eu, mais romântica do que nunca neste pós-Dia dos Namorados.

A FITA MÉTRICA DO AMOR

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

Autor desconhecido
"Nem só de pão vive o homem. Vive de pão e de crédito."
Machado de Assis

quarta-feira, 10 de junho de 2009

PARA JIU

"Tão bom morrer de amor e continuar vivendo".
Mário Quintana

AS RAZÕES DO AMOR

“Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa: “A rosa não tem “porquês”. Ela floresce porque floresce.”

Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento.

“Eu te amo porque te amo…” - sem razões… “Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo.” Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra.

“Amor é estado de graça e com amor não se paga.”

Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que “amor com amor se paga”. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo. “Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários… Amor não se troca… Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo…”

Drummond tinha de estar apaixonado ao escrever estes versos. Só os apaixonados acreditam que o amor seja assim, tão sem razões. Mas eu, talvez por não estar apaixonado (o que é uma pena…), suspeito que o coração tenha regulamentos e dicionários, e Pascal me apoiaria, pois foi ele quem disse que “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. Não é que faltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos.

Destas razões escritas em língua estranha o próprio Drummond tinha conhecimento, e se perguntava: “Como decifrar pictogramas de há 10 mil anos se nem sei decifrar minha escrita interior? A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco.” O amor será isto: um soco que o desconhecido me dá?

Ao apaixonado a decifração desta língua está proibida, pois se ele a entender, o amor se irá. Como na história de Barba Azul: se a porta proibida for aberta, a felicidade estará perdida. Foi assim que o paraíso se perdeu: quando o amor - frágil bolha de sabão - não contente com sua felicidade inconsciente, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que sua felicidade só pode existir na ignorância das suas razões. Kierkegaard comentava o absurdo de se pedir aos amantes explicações para o seu amor. A esta pergunta eles só possuem uma resposta: o silêncio. Mas que se lhes peça simplesmente falar sobre o seu amor - sem explicar. E eles falarão por dias, sem parar…

Mas - eu já disse - não estou apaixonado. Olho para o amor com olhos de suspeita, curiosos. Quero decifrar sua língua desconhecida. Procuro, ao contrário do Drummond, as cem razões do amor…

Vou a Santo Agostinho, em busca de sua sabedoria. Releio as Confissões, texto de um velho que meditava sobre o amor sem estar apaixonado. Possivelmente aí se encontre a análise mais penetrante das razões do amor jamais escrita. E me defronto com a pergunta que nenhum apaixonado poderia jamais fazer: “Que é que eu amo quando amo o meu Deus?” Imaginem que um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada: “Que é que eu amo quando te amo?” Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada o amante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de Hermann Hesse, “o que amamos é sempre um símbolo”. Daí, conclui ele, a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra.

Variações sobre a impossível pergunta:

“Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo. Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço, mas que me parece ver aflorar no seu rosto. Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela. Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios… Como Narciso, fico diante dele… No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos, à procura… Por isto te amo, pelos peixes encantados…”(Cecília Meireles)

Mas eles são escorregadios, os peixes. Fogem. Escapam.

Escondem-se. Zombam de mim. Deslizam entre meus dedos.

Eu te abraço para abraçar o que me foge. Ao te possuir alegro-me na ilusão de os possuir. Tu és o lugar onde me encontro com esta outra coisa que, por pura graça, sem razões, desceu sobre ti, como o Vento desceu sobre a Virgem Bendita. Mas, por ser graça, sem razões, da mesma forma como desceu poderá de novo partir. Se isto acontecer deixarei de te amar. E minha busca recomeçará de novo…”

Esta é a dor que nenhum apaixonado suporta. A paixão se recusa a saber que o rosto da pessoa amada (presente) apenas sugere o obscuro objeto do desejo (ausente). A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa. “O amor começa por uma metáfora”, diz Milan Kundera. “Ou melhor: o amor começa no momento em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética.”

Temos agora a chave para compreender as razões do amor: o amor nasce, vive e morre pelo poder - delicado - da imagem poética que o amante pensou ver no rosto da amada…”

Rubem Alves

DIA DOS NAMORADOS

Presentes ideais de cada signo para o Dia dos Namorados - e de aniversário:

Áries
Caixa de ferramentas, kits de academia, DVDs de ação, CDs de música eletrônica (boxes), perfumes cítricos, mochilas grandes ou Big bags;

Touro
Bombons importados, jogos de cama refinados, charutos, vestidos de seda(tecidos finos), perfume amadeirados (homens), carteiras caras...

GÊMEOS
Celular novo, IPODS, assinatura de uma revista semanal, assinatura de uma TV a cabo, um semestre de curso de idiomas, óculos grifados;

Câncer
Álbum de fotos lindo de morrer (já com as fotos), jóias, jantar romântico surpresa, brinquedos vintage, luminárias de cabeceira, relógios;

Leão
Roupas de grife, bolsas de grife, degustação de vinhos, noite em hotel cinco estrelas, ternos de alfaiataria, lingeries, semestre de academia;

Virgem
Nécessaire lotada de produtos, sessão de massagem, agenda eletrônica, Blackberry, um ano plano de saúde pago, um corte de cabelo;

Libra
Flores, livros de arte, acessórios grifados, sapatos lindos, um "Spa day", fim de semana em um hotel fazenda, uma cafeteria com design;

Escorpião
Um "eu te amo" olhando nos olhos, botas pretas, quebra cabeças, seriados de mistério, livros psiquê sobre humana, coisas de sex shop;

Sagitário

Uma viagem de uma semana para algum lugar, um filhote de labrador, um box de filmes de comédia, coleção de livros sobre astrologia.

Capricórnio
Gravatas italianas, echarpes Hermes, pastas de couro, poltronas confortáveis, sessão de podologia, garrafas de vinho chileno;

Aquário
Home Theater Iphone, novidades da Santa Efigênia, luminária de Disco voador, curso de filosofia, mala de viagem duradoura, TV de plasma;

Peixes
Um poderoso colchão, despertador, uma sessão de tarô, quadros, fim de semana na praia, chinelos confortáveis, DVD de fotos com trilha romântica.

Evandro Santo, o Christian Pior, no Twitter

GM

Os 10 carros que afundaram a GM.
"Quando você não tem nada a dizer, não diga nada."
Charles Caleb Colton

terça-feira, 9 de junho de 2009

A MALDIÇÃO DOS ACÚSTICOS MTV

A maioria das bandas que se arriscam a gravar esses acústicos da MTV acabam se dando mal depois. Alguns exemplos:

- O Charlie Brown Jr também foi vitima. Foi durante a turnê do acústico que os problemas se agravaram entre Chorão e o resto da banda. O resultado todo mundo sabe.
- Paralamas do Sucesso lançaram um acústico em 2000, senão me engano. Logo depois, aconteceu o acidente com o Herbert. A esposa dele morreu e ele ficou paralítico.
- Ira! lançou um acústico em 2004 e voltou a ser sucesso. Ano passado, do nada, a banda acabou.
- Kid Abelha idem. Lançaram acústico de sucesso. Agora, a Paula Toller está em carreira solo.
- Cidade Negra também. Depois do acústico em 2002, não lançaram nenhum cd de sucesso e depois o Toni Garrido saiu da banda.
- Engenheiros do Hawaii lançaram dois acústicos e agora… A banda acabou também.
- Titãs voltou a ser sucesso com acústico, mas depois o Marcelo Fromer morreu e o Nando Reis saiu do grupo. Agora, pouco se sabe da banda.
- Cássia Eller morreu alguns meses após o lançamento do acústico que foi seu maior sucesso.
- Sandy e Júnior acabaram após lançarem um acústico também.
- Papas da Língua fez muito sucesso com seu acústico, mas agora nem se ouve falar mais na banda.
- Ainda tem o Nirvana, não preciso nem dar detalhes, não é?

Mistééério!

Anderssauro

A AMIZADE

Lembrei-me dele e senti saudades... Tanto tempo que a gente não se vê! Dei-me conta, com uma intensidade incomum, da coisa rara que é a amizade. E, no entanto, é a coisa mais alegre que a vida nos dá. A beleza da poesia, da música, da natureza, as delícias da boa comida e da bebida perdem o gosto e ficam meio tristes quando não temos um amigo com quem compartilhá-las. Acho mesmo que tudo o que fazemos na vida pode se resumir nisto: a busca de um amigo, uma luta contra a solidão...

Lembrei-me de um trecho de Jean-Christophe, que li quando era jovem, e do qual nunca me esqueci. Romain Rolland descreve a primeira experiência com a amizade do seu herói adolescente. Já conhecera muitas pessoas nos curtos anos de sua vida. Mas o que experimentava naquele momento era diferente de tudo que já sentira antes. O encontro acontecera de repente, mas era como se já tivessem sido amigos a vida inteira.

A experiência da amizade parece ter suas raízes fora do tempo, na eternidade. Um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Pela primeira vez estando com alguém, não sentia necessidade de falar. Bastava a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro.

"Christophe voltou sozinho dentro da noite. Seu coração cantava 'Tenho um amigo, tenho um amigo!' Nada via. Nada ouvia. Não pensava em mais nada. Estava morto de sono e adormeceu assim que se deitou. Mas durante a noite fora acordado duas ou três vezes, como que por uma idéia fixa. Repetia para si mesmo: 'Tenho um amigo', e tornava a adormecer."

Jean-Christophe compreendera a essência da amizade. Amiga é aquela pessoa em cuja companhia não é preciso falar. Você tem aqui um teste para saber quantos amigos você tem. Se o silêncio entre vocês dois lhe causa ansiedade, se quando o assunto foge você se põe a procurar palavras para encher o vazio e manter a conversa animada, então a pessoa com quem você está não é sua amiga. Porque um amigo é alguém cuja presença procuramos não por causa daquilo que se vai fazer juntos, seja bater papo, comer, jogar ou transar. Até que tudo isso pode acontecer. Mas a diferença está em que, quando a pessoa não é amiga, terminando o alegre e animado programa, vêm o silêncio e o vazio - que são insuportáveis. Nesse momento o outro se transforma num incômodo que entulha o espaço e cuja despedida se espera com ansiedade.

Com o amigo é diferente. Não é preciso falar. Basta a alegria de estarem juntos, um ao lado do outro. Amigo é alguém cuja simples presença traz alegria, independentemente do que se faça ou diga. A amizade anda por caminhos que não passam pelos programas.

Uma estória oriental conta de uma árvore solitária que se via no alto da montanha. Não tinha sido sempre assim. Em tempos passados a montanha estivera coberta de árvores maravilhosas, altas e esguias, que os lenhadores cortaram e venderam. Mas aquela árvore era torta, não podia será transformada em tábuas. Inútil para os seus propósitos, os lenhadores a deixaram lá. Depois vieram os caçadores das essências em busca de madeiras perfumadas. Mas a árvore torta, por não ter cheiro algum, foi desprezada e lá ficou. Por ser inútil, sobreviveu. Hoje ela está sozinha na montanha. Os viajantes se assentam sob a sua sombra e descansam.

Um amigo é como aquela árvore. Vive de sua inutilidade. Pode até ser útil eventualmente, mas não é isso que o torna amigo. Sua inútil e fiel presença silenciosa torna a nossa solidão uma experiência de comunhão. Diante do amigo, sabemos que não estamos sós. E alegria maior não pode existir.
Rubem Alves - do livro 'O retorno e Terno'
"É preciso abandonar completamente a busca pela segurança e correr o risco de viver do próprio suor".
Morris West

segunda-feira, 8 de junho de 2009

PARA JIU

O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas quase silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado. Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento. Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.

O amor maduro somente aceita viver os problemas da felicidade. Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer. Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.

O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão. Basta-se com o todo do pouco. Não precisa nem quer nada do muito. Está relacionado com a vida e a sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso. É feito de compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança. O amor maduro não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber. Teme, sim. Porém, não faz do temor, argumento. Basta-se com a própria existência. Alimenta-se do instante presente valorizado e importante porque redentor de todos os equívocos do passado. O amor maduro é a regeneração de cada erro. Ele é filho da capacidade de crer e continuar, é o sentimento que se manteve mais forte depois de todas as ameaças, guerras ou inundações existenciais com epidemias de ciúme.

O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois. Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados cheios de sementes. Ele não pede, tem. Não reivindica, consegue. Não persegue, recebe. Não exige, dá. Não pergunta, adivinha. Existe, para fazer feliz. Só teme o que cansa, machuca ou desgasta.
Artur da Távola

DESPENTEADA

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade...
O mundo é louco, definitivamente louco...
O que é gostoso, engorda. O que é lindo custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia...
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar a pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível...

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado... mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,toda arrumada por dentro e por fora.
O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça, coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria...
e talvez deveria seguir as instruções, mas quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita eu tenho que me sentir bonita...
A pessoa mais bonita que posso ser!

O único, o que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.
Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:

Entregue-se, Coma coisas gostosas, Beije, Abrace, dance, apaixone-se, relaxe, Viaje, pule, durma tarde, acorde cedo, Corra, Voe, Cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável!
Admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!!

O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo...
Enviada por email pela prima Ju
"A verdadeira riqueza não consiste em ter grandes posses, mas em ter poucas necessidades."
Epicuro

quinta-feira, 4 de junho de 2009

SÍNTESE DAS ANTÍTESES

Só temos consciência do belo,
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom,
Quando conhecemos o mau.
Porquanto, o Ser e o Existir,
Se engendram mutuamente.
O fácil e o difícil se complementam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo.
Eis porque o sábio age
Pelo não agir,
E ensina sem falar,
Aceita tudo que lhe acontece
Produz tudo e não fica com nada.
O sábio tudo realiza e nada considera seu
Tudo faz – e não se apega à sua obra
Não se prende aos frutos da sua atividade
Termina a sua obra
E está sempre no princípio
E por isto a sua obra prospera.
Lao Tsé

CRESÇA E DIVIRTA-SE

Tenho viajado bastante para acompanhar algumas pré-estreias do filme Divã, baseado no meu livro homônimo. Delícia de tarefa, ainda mais quando a gente gosta de verdade do trabalho realizado, e esse filme realmente ficou enxuto, delicado e emocionante. Além disso, ainda consegue me provocar. A personagem Mercedes (vivida pela incrível Lilia Cabral) está fazendo análise e leva pro consultório muitos questionamentos sobre sua vida. Até que, passado um tempo, finalmente relaxa e se dá conta de que não há outra saída a não ser conviver com suas irrealizações. Diante disso, o analista sugere alta, no que ela rebate: Alta? Logo agora que estou me divertindo?.

Eu tinha esquecido dessa parte do livro, e quando vi no filme, me pareceu tão cristalino: um dos sintomas do amadurecimento é justamente o resgate da nossa jovialidade, só que não a jovialidade do corpo, que isso só se consegue até certo ponto, mas a jovialidade do espírito, tão mais prioritária. Você é adulto mesmo? Então pare de reclamar, pare de buscar o impossível, pare de exigir perfeição de si mesmo, pare de querer encontrar lógica pra tudo, pare de contabilizar prós e contras, pare de julgar os outros, pare de tentar manter sua vida sob rígido controle. Simplesmente, divirta-se.

Não que seja fácil. Enquanto que um corpo sarado se obtém com exercício, musculação, dieta e discernimento quanto aos hábitos cotidianos, a leveza de espírito requer justamente o contrário: a liberação das correntes. A aventura do não-domínio. Permitir-se o erro. Não se sacrificar em demasia, já que estamos todos caminhando rumo a um mesmo destino, que não é nada espetacular. É preciso perceber a hora de tirar o pé do acelerador, afinal, quem quer cruzar a linha de chegada? Mil vezes curtir a travessia.

Dia desses recebi o e-mail de uma mulher revoltada, baixo-astral, carente de frescor, e fiquei imaginando como deve ser difícil viver sem abstração e sem ver graça na vida, enclausurada na dor. Ela não estava me xingando pessoalmente, e sim manifestando sua contrariedade em relação ao universo, apenas isso: odiava o mundo. Não a conheço, pode sofrer de depressão, ter um problema sério, sei lá. Mas há pessoas que apresentam quadro depressivo e ainda assim não perdem o humor nem que queiram: tiveram a sorte de nascer com esse refinado instinto de sobrevivência.

Dores, cada um tem as suas. Mas o que nos faz cultivá-las por décadas? Creio que nos apegamos com desespero a elas por não ter o que colocar no lugar, caso a dor se vá. E então se fica ruminando, alimentando a própria “má sorte”, num processo de vitimização que chega ao nível do absurdo. Por que fazemos isso conosco?

Amadurecer talvez seja descobrir que sofrer algumas perdas é inevitável, mas que não precisamos nos agarrar à dor para justificar nossa existência.

Martha Medeiros
“A coisa mais importante da vida é saber o que é importante.”
Otto Milo

quarta-feira, 3 de junho de 2009

50 COISAS PARA SE FAZER NUMA FILA DE BANCO

1. Teste o extintor de incêndio da agência.
2. Leve um aparelho de som 3X1 e coloque música gospel nas caixas.
3. Barbeie-se / depile-se.
4. Imite o ruído de fogos de artifício quando o caixa atender alguém.
5. Conte uma piada sem graça e ria sozinho.
6. Insinue que a grávida que está na fila do Caixa Preferencial usa barriga postiça.
7. Compre um saco de pururucas e mastigue.
8. Venda rifa.
9. Leia em voz alta os folhetos de propaganda do banco.
10. Use um dos balcões para fazer abdominais, repetindo: “um, dois!”
11. Toda vez que o painel de senha mostrar um número, repita-o em voz alta.
12. Peça dinheiro emprestado ao vizinho.
13. Mantenha-se de costas para a pessoa à sua frente.
14. Peça para guardarem seu lugar e, ao voltar, passe na frente de quem guardou.
15. Toque o jingle do banco com a boca, imitando um trombone.
16. Sempre que o caixa validar um documento, imite o ruído de uma máquina registradora.
17. Leve um apito e toque-o sempre que a fila andar.
18. Informe as horas, minuto a minuto, seguido do slogan do banco.
19. Quando alguém não conseguir fazer uma operação no caixa eletrônico, murmure: “OSTRA”.
20. Duble, em voz alta, o caixa dizendo a um cliente que o saldo dele está negativo.
21. Quando a fila andar, finja que está cochilando.
22. Faça “din-don” sempre que uma pessoa entrar na fila.
23. Encoste o dedão à esquerda das costas da pessoa à sua frente. Quando ela se voltar, vire bruscamente a cabeça para a direita.
24. Brinque de puxa-cueca com o colega da frente.
25. Cante uma da Jovem Guarda e diga:
“ TODO MUNDO COMIGO, SHA-LÁ-LÁ-LÀ!”
26. Passe um abaixo-assinado contra a política de juros altos.
27. Minta que há um caixa disponível, e sem fila, no andar de cima.
28. Espalhe que a senhora gorda, lá do fundo, tem uma arma na bolsa.
29. Pergunte se alguém quer ser sua testemunha num processo contra o banco.
30. Coma uma fatia de melancia e saia da fila toda hora para cuspir os caroços.
31. Veja com o segurança se ele deixa você dar uma olhadinha no revólver dele.
32. Pergunte ao caixa por que eles cospem no dinheiro quando vão contá-lo.
33. Conte histórias de assalto a banco.
34. Pergunte a um atendente aonde fica o caixa-forte.
35. Acenda um cigarro de palha.
36. Promova uma “ola”.
37. Monte um aviãozinho de papel e jogue na mesa do gerente.
38. Se um carro forte chegar, cantarole o tema de “Os Intocáveis”.
39. Ensine um colega de fila a fazer massagem cardíaca.
40. Pergunte se alguém quer ser seu fiador.
41. Escreva numa folha de papel: “IDIOTA NÚMERO 107” e fique segurando.
42. A cada cliente atendido, puxe uma salva de palmas para o caixa.
43. Ria descontroladamente das pessoas que ficam presas na porta giratória.
44. Lembre aos outros o que poderiam estar fazendo se não estivessem ali.
45. “Por que bancos gastam tanto com propaganda e nada com caixas?”
46. Leve uma marmita e almoce.
47. Na hora que um dos caixas sair para almoçar, berre: “PEGA!”
48. Coma uma goiaba.
49. Ofereça-se para segurar a pilha de documentos de um boy e derrube-a no chão.
50. Quando chegar sua vez de ser atendido, puxe um longo discurso do bolso e leia.


Trocistas

ROCK IN RIO DE VOLTA AO BRASIL EM 2012

Parece que desta vez o “Rock in Rio” vai voltar pra casa : o site oficial do Rock in Rio confirmou que o evento voltará ao Brasil em 2012. Depois de 3 edições históricas (o evento aconteceu três vezes, em 85, 91 e 2001), o eventou mudou de casa e passou a fixar-se em Portugal, devido à complicações em fazer shows por aqui. Agora é torcer para que desta vez o evento seja realizado, já que o nome “Rio” continua lá.
Alternativa
"Ver a vida, as pessoas, as formas, é um detalhe; mas viver de bem com a vida, amando as pessoas de todas as formas, é um detalhe que faz a diferença".
Autor Desconhecido

terça-feira, 2 de junho de 2009

MULHERES INTELIGENTES TÊM MAIS ORGASMOS

Os pesquisadores na Inglaterra, conhecidos mundialmente no Brasil por seus estudos polêmicos, este mês publicaram mais um. Mulheres com quociente emocional (QE) alto têm mais orgasmos. Não pare de ler, explicarei.

Andrea Burri e Tim Spector, cientistas da tradicional universidade londrina King’s College, pediram para que 2.035 gêmeas, com idade entre 18 e 83 anos, respondessem um questionário sobre seu comportamento sexual e desempenho na cama. Misturadinho, havia perguntas para testar o QE das moçoilas.

Segundo os pesquadores em questão, mais de 30% das mulheres sofrem com o Transtorno do Orgasmo Feminino. Um nome bonito para resumir que elas não conseguem ou acham difícil atingir o clímax durante o sexo.

Daí… rá. Burri e Spector queriam saber o quanto a capacidade de lidar com as próprias emoções e a dos outros – isto é o chamado quociente emocional - está associada à frequência de orgasmos durante o sexo e a masturbação.

Conclusão: as entrevistadas com maior QE têm mais orgasmos. Independente da escolaridade, idade, gordurinha a mais, menopausa ou se as entrevistadas sofreram abuso sexual. A prazerosa pesquisa foi publicada na revista científica “The Journal of Sexual Medicine” - veja aqui o resumo dela, em inglês.

Papo de Homem

ERA SÓ O QUE FALTAVA

A versão publicada no livro ‘Rock Roadie’ de que Jimi Hendrix foi assassinado por seu empresário, francamente, é a desmoralização da overdose.
Tutty Vasques
"Faça o que pode, com o que tem, onde estiver".
Roosevelt

segunda-feira, 1 de junho de 2009

FICARÁ GABRIELA NA NOSSA MEMÓRIA?

O delegado diz que o tiro não foi acidental. Na Rio Claro do doutor Ulysses, a crueldade foi tal que Gabriela recebeu um tiro na cabeça na frente de sua irmã gêmea, porque a babá não quis desligar o alarme da casa. Uma menina de 8 anos foi executada com frieza.

A polícia diz que foi um menor de 17, que já havia sido detido em janeiro com arma na mão e depois solto, e outro jovem de 20 anos, os dois com passagens na polícia por porte de arma, furto e tráfico de drogas.

Gabriela vai continuar a viver em outros corpos, por doação de órgãos. Não sei se vai continuar a viver na nossa curta memória por onde já passaram tantas crianças assassinadas de forma cruel, como João Hélio, arrastado no Rio de Janeiro, no país de 50 mil homicídios por ano - 137 por dia.

Serão 137 assassinados hoje? Quantas crianças? Ficará Gabriela na nossa memória? Ou apagamos e vamos permitindo que a selvageria nos faça cada vez mais reféns da violência neste Brasil que se diz país pacífico?
Alexandre Garcia

TEMPESTADE DE ALMAS

Ah, se eu sei, não nascia, ah, se eu sei, não nascia. A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente. O anel que tu me deste era de vidro e se quebrou e o amor não acabou, mas em lugar “de”, o ódio dos que amam.

A cadeira me é um objeto. Inútil enquanto a olho. Diga-me por favor que horas são para eu saber que estou vivendo nesta hora. A criatividade é desencadeada por um germe e eu não tenho hoje esse germe mas tenho incipiente a loucura que em si mesma é criação válida. Nada mais tenho a ver com a validez das coisas. Estou liberta ou perdida.

Vou-lhes contar um segredo: a vida é mortal. Nós mantemos esse segredo em mutismo cada um diante de si mesmo porque convém, senão seria tornar cada instante mortal. O objeto cadeira sempre me interessou. Olho esta que é antiga, comprada num antiquário, e estilo império; não se poderia imaginar maior simplicidade de linhas, contrastando com o assento de feltro vermelho.

Amo os objetos à medida que eles não me amam. Mas se não compreendo o que escrevo a culpa não é minha. Tenho que falar pois falar salva. Mas não tenho uma só palavra a dizer. As palavras já ditas me amordaçaram a boca. O que é que uma pessoa diz à outra? Fora "como vai?" Se desse a loucura da franqueza, que diriam as pessoas às outras? E o pior é o que se diria uma pessoa a si mesma, mas seria a salvação, embora a franqueza seja determinada no nível consciente e o terror da franqueza vem da parte que tem no vastíssimo inconsciente que me liga ao mundo e à criador inconsciência do mundo.

(...)

Olho a cadeira estilo império e dessa vez foi como se ela também me tivesse olhado e visto. O futuro é meu enquanto eu viver. No futuro vai ter mais tempo de viver, e, de cambulhada escrever. No futuro, se diz: se eu sei, eu não nascia. (...) O futuro da tecnologia ameaça destruir tudo o que é humano no homem, mas a tecnologia não atinge a loucura; e nela então o humano do homem se refugia.

Vejo as flores na jarra: são flores do campo, nascidas sem se plantar, são lindas e amarelas. Mas minha cozinheira disse: mas que flores feias. Só porque é difícil compreender e amar o que é espontâneo e franciscano. Entender o difícil não é vantagem, mas amar o que é fácil de se amar é uma grande subida na escala humana.

Quantas mentiras sou obrigada a dar. Mas comigo mesma é que eu queria não ser obrigada a mentir. Senão, o que me resta? A verdade é o resíduo final de todas as coisas, e no meu inconsciente está a verdade que é a mesma do mundo. A Lua é, como diria Paul Éluard, éclatante de silence. Hoje não sei se vamos ter Lua visível pois já se torna tarde e não a vejo no céu.

Uma vez eu olhei de noite para o céu circunscrevendo-o com a cabeça deitada para trás, e fiquei tonta de tantas estrelas que se vêem no campo, pois, o céu do campo é limpo. Não há lógica, se se for pensar um pouco, na ilogicidade perfeitamente equilibrada da natureza. Da natureza humana também. O que seria do mundo, do cosmos, se o homem não existisse.

Se eu pudesse escrever sempre assim como estou escrevendo agora eu estaria em plena tempestade de cérebro que significa brainstorm. Quem terá inventado a cadeira? Alguém com amor por si mesmo. Inventou então um maior conforto para o seu corpo. Depois os séculos se seguiram e nunca mais ninguém prestou realmente atenção a uma cadeira, pois usá-la é apenas automático.

É preciso ter coragem para fazer um brainstorm: nunca se sabe o que pode vir a nos assustar. O monstro sagrado morreu: em seu lugar nasceu uma menina que era sozinha. Bem sei que terei de parar, não por causa de falta de palavras, mas porque essas coisas, e sobretudo as que eu só pensei e não escrevi, não se usam publicar em jornais.
Clarice Lispector
"Antes dos relógios existirem, todos tinham tempo. Hoje, todos têm relógio".
Eno Wanke