terça-feira, 17 de dezembro de 2013

DESTRUA. EVOLUA.

No fim de 2011 publiquei este artigo que achei na net, do Guilherme Velho, e mais atual do que nunca. Por isso, lá vai ele mais uma vez. Bora desapegar neste fim de ano? No mínimo, vamos ajudar alguém. E certamente a nós mesmos. 

"Neste Natal, só me dei um presente: uma trituradora de papéis. Ela é excelente. Tritura até 7 folhas por vez e ainda cartões de crédito, CD’s etc. Ainda tem “função reversa”. Nos últimos 5 dias, já destruí mais papelada do que nos últimos 5 anos somados. E posso dizer, é uma experiência absolutamente libertadora.

“Shiva é o terceiro deus da Trindade Hinduísta. Conta-se que Brahma criou o Universo; Vishnu o sustentou por um dia de Brahma (4 trilhões de anos terrestres) e no seu término Shiva o destruiu para que pudesse ser novamente criado (a ideia de renovação cíclica da vida).”

Temos o conceito fortemente estabelecido de que perder alguma coisa é ruim. Para falar a verdade, sempre achei graça dos gregos quebrando pratos ou dos tibetanos destruindo aquelas mandalas de areia que demoram meses sendo desenhadas. Mas o quão sábio não é isso? Há um forte teor de desapego nisso tudo. Como li em um desses e-mails que as tias mandam pr’a gente, “é preciso jogar coisas velhas fora, abrindo espaço para que as novas apareçam“. Lembra do lindo filme ‘Up‘ da Pixar? E daquela história do peso da mochila, de ‘Up in the Air‘?

Por isso, hoje temos toda uma filosofia do minimalismo ganhando força. Blogs como o Zen Habits, o Becoming Minimalist ou o mnmlist falam muito bem sobre o assunto. Nós não somos as coisas que temos. Nós não precisamos de tanta coisa assim. No Discovery Home&Health, há um programa chamado “Acumuladores“. Um programa mais triste do que curioso. O pior é que, em certo teor, estamos todos contraindo esse distúrbio do acúmulo compulsivo. Somando, querendo, juntando.

Minha proposta para você, nessa última semana vazia e fantasmagórica do ano: desfaça-se. Separe toda aquela papelada que você nunca mais usará e destrua. Separe as roupas que não lhe servem mais e doe para a comunidade carente mais próxima ou para uma instituição necessitada. Doe essa pilha de livros que só faz pegar poeira. “Zere” seus pendrives, apague mensagens desnecessárias, delete sem dó aqueles e-mails marcados com estrelinhas que você nunca responderá. Desista do “produto abacaxi”. Quebre o porquinho e invista em algo útil. Livre-se. Descubra o que realmente é necessário e fique com pouco.

A chuva de papel picado do último dia útil, cada vez mais em desuso, nunca fez tanto sentido. Tenha uma ótima destruição você também. E uma reconstrução mais inspirada ainda."