No fim de 2011 publiquei este artigo que achei na net, do Guilherme Velho, e mais atual do que nunca. Por isso, lá vai ele mais uma vez. Bora desapegar neste fim de ano? No mínimo, vamos ajudar alguém. E certamente a nós mesmos.
A chuva
de papel picado do último dia útil, cada vez mais em desuso, nunca fez tanto
sentido. Tenha uma ótima destruição você também. E uma reconstrução mais
inspirada ainda."
"Neste
Natal, só me dei um presente: uma trituradora de papéis. Ela é excelente.
Tritura até 7 folhas por vez e ainda cartões de crédito, CD’s etc. Ainda tem
“função reversa”. Nos últimos 5 dias, já destruí mais papelada do que nos
últimos 5 anos somados. E posso dizer, é uma experiência absolutamente
libertadora.
“Shiva é o terceiro
deus da Trindade Hinduísta. Conta-se que Brahma criou o Universo; Vishnu o
sustentou por um dia de Brahma (4 trilhões de anos terrestres) e no seu término
Shiva o destruiu para que pudesse ser novamente criado (a ideia de renovação cíclica
da vida).”
Temos o
conceito fortemente estabelecido de que perder alguma coisa é ruim. Para falar
a verdade, sempre achei graça dos gregos quebrando pratos ou dos tibetanos
destruindo aquelas mandalas de areia que demoram meses sendo desenhadas. Mas o quão
sábio não é isso? Há um forte teor de desapego nisso tudo. Como li em um desses e-mails que as tias mandam pr’a gente, “é preciso
jogar coisas velhas fora, abrindo espaço para que as novas apareçam“.
Lembra do lindo filme ‘Up‘ da Pixar? E daquela história
do peso da mochila, de ‘Up in the Air‘?
Por
isso, hoje temos toda uma filosofia do minimalismo ganhando força. Blogs como o Zen Habits, o Becoming
Minimalist ou o mnmlist falam muito bem sobre o assunto. Nós
não somos as coisas que temos. Nós não precisamos de tanta coisa assim. No
Discovery Home&Health, há um programa chamado “Acumuladores“. Um programa mais triste
do que curioso. O pior é que, em certo teor, estamos todos contraindo esse
distúrbio do acúmulo compulsivo. Somando, querendo, juntando.
Minha
proposta para você, nessa última semana vazia e fantasmagórica do ano:
desfaça-se. Separe toda aquela papelada que você nunca mais usará e destrua.
Separe as roupas que não lhe servem mais e doe para a comunidade carente mais
próxima ou para uma instituição necessitada. Doe essa pilha de livros que só faz pegar poeira. “Zere” seus pendrives, apague mensagens
desnecessárias, delete sem dó aqueles e-mails marcados com estrelinhas que você
nunca responderá. Desista do “produto abacaxi”. Quebre o porquinho e invista em
algo útil. Livre-se. Descubra o que realmente é necessário e fique com pouco.
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