terça-feira, 15 de julho de 2008

OLHANDO, OUVINDO, DESEJANDO

Da década de 40 pra cá não parou mais. As histórias sobre objetos voadores não-identificados (OVNIs) são numerosas e cada vez mais intrigantes.

Minha natureza sempre me levou para perto do que eu mais temia. OVNIs, acontecimentos sobrenaturais, vidas passadas, blá, blá, blá, wiskas sachê... Devoro tudo que aparece sobre este tipo de assunto. Recentemente, comecei a mudar meus conceitos quando soube que o governo britânico estava liberando milhares de páginas de documentos oficiais sobre relatos de contatos com extraterrestres. Contatos de primeiro a quinto grau. É, existem contatos de quinto grau, sim, senhor. É assim:

Contatos imediatos de primeiro grau: são os clássicos avistamentos de naves.
Contatos imediatos de segundo grau: quando o ET deixa vestígios, como marcas no solo, plantas queimadas ou interferências eletromagnéticas, etc.
Contatos imediatos de terceiro grau: é quando se vê o ET, dentro ou fora da nave – como no fabuloso filme de Steven Spielberg.
Contatos imediatos de quarto grau: envolvem os casos de abduções, lembradas apenas através de sessões de hipnose.
Contato imediato do quinto grau: envolve contatos telepáticos com seres extraterrestres, sem eles estarem presentes.

Tenha medo, não.

Eles são apenas seres que dominam perfeitamente as leis da física e da astronomia podendo navegar através das galáxias dando saltos tridimensionais no tempo e no espaço. Também dominam a telepatia. E devem querer saber mais de nós. Cá pra nós, é pretensão demais acharmos que estamos sozinhos num universo de mais de 50 milhões de galáxias já catalogadas.

Do jeito que as coisas estão indo por aqui, duvido nada que no futuro nos transformemos em humanóides sem graça. Coisas da evolução. Não vamos precisar mais de pêlos, essa coisa primitiva que as mulheres – espertas - já depilam há anos e que está conquistando os mais abrutalhados. Não vamos precisar matar para comer, nem comer muito – até porque até lá a humanidade já terá passado por uma escassez braba de comida e vai aprender a sobreviver com alimentos liofilizados. Lio o quê?!

Eu também não sabia, mas liofilizar um alimento significa desidratá-lo por meio de sublimação. Hã?!

Eles são congelados a mais ou menos de 60oC negativos. Depois, retira-se totalmente a água a vácuo. Continuando: não vamos precisar falar para se comunicar nem transar para procriar. Nem para ter prazer. Prazer será considerado uma sensação ‘brucutu’ demais comparada aos avanços obtidos pela raça humana no futuro. Totalmente dispensável. Existirão propósitos maiores com os quais se preocupar. Provavelmente estaremos dominando as viagens intergalácticas e já teremos encontrado outro planeteco habitado por seres primitivos que acabaram de descobrir o fogo. E nós vamos querer entrar em contato, de mansinho, estudá-los. Sabe-se lá quando se vai precisar de mais espaço para a a raça humana? Humanóide? Ah, isso aí.

O pânico já está criado. ETs são vistos todos os dias. Virou rotina na Flórida/USA, piada em Varginha/MG. Uns querem ver, outros esquecer. Quem não acredita, nem olhe para o horizonte quando estiver numa praia a noite, muito menos para o céu perto de morros e montanhas. E se você estiver perto de uma base militar, então, fique de olhos bem fechados! Porque, um dia, você ainda vai ver um.
Viv

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso me lembra uma reflexão poética de Carlos Drummond.

FALTA UM DISCO

Amor,
Estou triste porque
Sou o único brasileiro vivo
Que nunca viu um disco voador.
Na minha rua todos viram
E falaram com seus tripulantes
Na língua misturada de carioca
E de sinais verdes luminescentes
Que qualquer um entende, pois não?
Entraram a bordo (convidados)
Voaram por aí
Por ali, por além
Sem necessidade de passaporte
E certidão negativa de ir,
Sem dólares, amor, sem dólares.
Voltaram cheios de notícias
E de superioridade.
Olham-me com desprezo benévolo.
Sou o pária,
Aquele que vê apenas caminhão
Cartaz de cinema, buraco na rua
& outras evidências pedestres.
Um amigo que eu tenho
Todas as semanas vai ver o seu disco
Na praia de itaipu.
Este não diz nada para mim,
De boca, mas o jeito,
Os olhos! contam de prodígios
Tornados simples de tão semanais
Apenas secretos para quem não é
Capaz de ouvir e de entender um disco.
Por que a mim, somente a mim
Recusa-se o ovni?
Talvez para que a sigla
De todo não se perca, pois enfim
Nada existe de mais identificado
Do que um disco voador hoje presente
Em são paulo, bahia
Barra da tijuca e barra mansa.
(os pastores desta aldeia
Já me fazem zombaria
Pois procuro, em vão procuro
Noite e dia
O zumbido, a forma, a cor
De um só disco voador.)
Bem sei que em toda parte
Eles circulam: nas praias
No infinito céu hoje finito
Até no sítio de um outro amigo em teresópolis.
Bem sei e sofro
Com a falta de confiança neste poeta
Que muita coisa viu extraterrena
Em sonhos e acordado
Viu sereias, dragões
O príncipe das trevas
A aurora boreal encarnada em mulher
Os sete arcanjos de congonhas da luz
E doces almas do outro mundo em procissão.
Mas o disco, o disco?
Ele me foge e ri
De minha busca.

Um passou bem perto (contam)
Quase a me roçar. não viu? não vi.
Dele desceu (parece)
Um sujeitinho furta-cor gentil
Puxou-me pelo braço: vamos (ou: plnx),
Talvez...?
Isso me garantem meus vizinhos
E eu, chamado não chamado
Insensível e cego sem ouvidos
Deixei passar a minha vez.
Amor, estou tristinho, estou tristonho
Por ser o só
Que nunca viu um disco voador
Hoje comum na rua do ouvidor.