Ontem soltei um tweet-desabafo que dizia o seguinte:
“Se vc é chamada para um evento como “imprensa”, entenda: vc não é VIP, vc é operária de Comunicação. É trabalho!”
Não pensei que teria tantos comentários e “retweets” como tive (não contei nem fui localizar, não sou exatamente organizada quando se tratam de coisas minhas mas, acredite, foram muitos). Era apenas um desabafo e eu digo o motivo: tenho visto que algumas pessoas “se acharem” muita coisa porque são chamadas para participar de alguns eventos bacanas. Algumas agem até com arrogância, se acham VIPs, verdadeiras estrelas. E foi para elas que eu escrevi. Se você é uma dessas pessoas que acham que, por receberem um convite para uma festa de inauguração, entrevista coletiva, almoço de anúncio de evento porque você é repórter e/ou tem um blog, foi chamado na categoria “Imprensa”ou na “blogueiro”(este, mesmo tendo sido pago pra isso, hein), eis uma realidade que talvez lhe soe um pouco desagradável: você não é VIP.
Não, você nao é Very important person, pelo menos daquele modo que você imagina que seja. Você é importante porque vai, de algum modo, divulgar o evento, seja no jornal, revista, site etc. para o qual você trabalha ou no seu próprio blog. Talvez até as pessoas simpatizem com você e curtam muito a sua presença no evento. Mas há grande possibilidade de você ter sido chamado unicamente por este motivo (cobrir, escrever a respeito etc sobre aquilo para o qual foi chamado), especialmente se você não é famoso de novela, cinema, música, política ou é rico e/ou público-alvo certeiríssimo de quem oferece o evento. Você não é especial, não vai distribuir autógrafos e o motivo principal de haver fotógrafos no lugar não é a sua presença. Você, pessoa, é operária da Comunicação de algum modo. Convidaram você porque querem algo em troca: a divulgação daquilo que você viu. Simples assim. Uma peça na engrenagem.
Na verdade, mesmo que você fosse um desses mega-famosos que são convidados apenas pelo que são você não poderia agir com arrogância, se achando muito especial. Você é gente, como qualquer outro. E, não esqueça: o mundo gira e há possibilidades de que aquele com quem você foi arrogante apareçam no seu caminho, você tenha que trabalhar com eles e até há possibilidade que você um dia possa depender deles para algo importante (para você!).
Então trate de baixar a crista. Aquele evento depende tanto de você para acontecer quanto depende do garçom. Provavelmente se faltar, poderá ser facilmente substituído. Aliás, bons garçons não são muito fáceis de serem encontrados, se o faltoso for desses, excelentes, é possível que alguém se lamente muito.
É isso…humildade faz bem, viu? Baixe um tiquinho essa crista, fique contente por poder usufruir de eventos bacanas, pode até falar a respeito, comemorar, se amostrar um tiquinho (pra aqueles amigos que acham graça que você esteja contente em estar ali, especialmente…eles vão entender). Mas não exagere, não seja arrogante, não “se ache” mais do que realmente é: um operário nessa fábrica chamada Comunicação. Desculpe se fui repetitiva nesse texto, mas há pessoas que teimam em insistir nisso então achei por bem enfatizar bastante.
P.S. Esclareço que falo com propriedade: já fui (e continuo sendo chamada para ir) a muitos eventos, tanto como repórter quanto como blogueira. Sei bem o papel que exerço quando compareço.
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