No último final de semana eu vi uma entrevista de Andre Sanchez, presidente do Corinthians. Ele disse, sobre a crise no clube, que “muitas mudanças vão acontecer. Do presidente até o roupeiro”. Foram exatamente essas as palavras de Sanchez. “Do presidente até o roupeiro”. Ou seja, se o presidente é o mais alto posto de um clube de futebol, o roupeiro é mais baixo?
Eu gostaria de saber de onde veio essa classificação técnica. Poxa vida, que maldade com os roupeiros. Você sabe qual a função de um roupeiro? Ele é responsável por deixar tudo absurdamente organizado nos treinos, vestiário de jogo e pós-partida. Enquanto os jogadores tocam pagode no ônibus, o roupeiro já está no estádio amaciando chuteiras e dobrando camisetas. Enquanto jogadores comemoram um titulo, o roupeiro faz a contagem de uniformes e guarda-os na sacola.
Que baita profissional esse, o roupeiro. O Barreto, por exemplo. Barreto é roupeiro da Seleção Brasileira desde 1991. Em 2002, Barreto ficou andando com a chuteira de Ronaldo por cinco dias. No dia do jogo, Ronaldo as usou. Fez dois gols. E ninguém lembrou de agradecer ao Barreto.
Caso um dia você tenha oportunidade, entre no vestiário antes de um jogo de Seleção Brasileira. O roupeiro, tipo o Barreto, é um artista. Ele deixa as chuteiras empilhadas de maneira belíssima. Além disso, as camisetas, shorts e meias são oferecidos de maneira simétrica e dentro de um equilíbrio que causaria inveja em qualquer diretor de arte do Circo de Soleil ou chefe gourmet.
Sério, o cara leva anos para aprender as técnicas de equilibrar o bico fino de uma chuteira no solo frio e tenso de um vestiário. Aí vem um presidente de qualidade duvidosa e coloca o roupeiro abaixo do, sei lá, nutricionista do clube.
A fase é ruim, mas não esculacha o cara. Porra.
Um comentário:
A-do-rei
A.Amorim
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