terça-feira, 6 de maio de 2008

QUE PAÍS É ESSE?

A violência contra crianças está em todas as partes do Brasil, dentro das casas, onde não chega a proteção essencial do Estado. Os números assustam.

Estamos tratando de violência contra seres indefesos, por parte de adultos que deveriam protegê-los. Talvez praticada por quem já foi contaminado por uma cultura de resolver pela força e violência, e não pela razão e o direito.

O que mais impressiona, por números do ministério da Saúde, é que a casa seja o mais freqüente lugar de violência contra a criança. E não são apenas as vítimas de assassinatos, muitas vezes antecedidos de violência sexual, mas também aquelas crianças que são mortas logo ao nascer, porque indesejadas; as que morrem de subnutrição; as que morrem porque não têm assistência médica; as que morrem porque os adultos não preveniram a dengue; as que morrem porque os pais deixaram o veneno à mão, ou a panela fervente ao alcance; ou a água que afoga; ou foram deixadas no banco de trás do automóvel sem cinto, com os pais protegidos à frente.

Que país é este, que trata assim suas crianças? E vem a lembrança da denúncia de Castro Alves, no seu Navio Negreiro: "existe um povo que a bandeira empresta/ pra cobrir tanta infâmia e covardia".
O poeta pergunta: "mas que bandeira é esta?" E descobre que é o nosso auriverde pendão. E lamenta: "antes te tivessem roto na batalha/ que servires a um povo de mortalha".

Como resgatar a bandeira da mortalha? Prioridade absoluta na educação, em casa e na escola. Adultos mal-formados e mal-informados não conseguem formar as gerações seguintes e o mal se amplia, porque não são apenas o ódio, a raiva e a maldade que matam, mas também o amor que não funciona se não cuida, se não protege, se não educa.

Alexandre Garcia

2 comentários:

Anônimo disse...

Educar é uma questão de vocação. Como o é ser médico, ser engenheiro, ser músico, e por aí vai. Ter filho, ser pai, mãe, educador, demanda talento. Ora, se se cobra dos profissionais das mais diversas áreas o máximo de competência, por que não fazê-lo quando se trata de uma questão tão vital para a sociedade. Pessoas sãs, maduras, equilibradas, só podem ser fruto de convivência com pessoas idôneas para formá-las. Mas é a velha mania, arraigada desde os tempos da colonização; todo mundo tem que participar do incremento populacional. Até quando a sociedade vai viver na escuridão, sob o comando de reflexos condicionados. Procriar não é brincadeira de papai e mamãe. Alguma coisa precisa mudar nos estereótipos. O que será, heim?

Unknown disse...

Temos que deixar de achar que tudo é besteira e deixar de lado nossa tolerância com fatos novos que vêm acontecendo como o caso Isabela, o caso do pai que prendeu a filha, adoções homosexuais e outros tantos que acontecem diariamente.

Sob o argumento de modernidade, etão legalizando e legitimando a aceitação de práticas hostis aos fundamentos do cristianismo, o estado está sendo conduzido a uma colisão com a igreja que ou rompe com seus dogmas milenares ou num futuro próximo católicos serão perseguidos!!!