Sempre gostei muito de contos de fadas pela doçura, pela criatividade e até pela lição de moral (fazer o quê se sempre, sempre vem no pacote?). Neles as princesas são poços de delicadeza e correção, enquanto as bruxas têm um código de ética vagabundo. É simples, é claro, é bem contra o mal em estilo ultimate fight. Mesmo assim, nunca tive ganas de entrar nas historinhas e lá dentro, no mundo mágico, viver para sempre. A bem da verdade, eu só queria alguns itens essenciais inventados nesse universo – principalmente a parte dele criada pelos inventivos Irmãos Grimm.
É o caso, por exemplo, do tônico capilar da Rapunzel. Ô, mas é o cosmético dos meus sonhos! O cabelo da garota crescia como mato no acostamento, e ainda era resistente a ponto de agüentar um príncipe dependurado. Acredito que, com o perdão do trocadilho, custava uma fábula. Porém acho que qualquer moça de ontem e hoje iria ficar maravilhada com o poder de tal produto. Devia eliminar pontas duplas e dar efeito anti-frizz até, de tão bom que era. Já fucei nos livros de raiz às pontas, mas nada dos Grimm citarem a marca... Vacilões.
O segundo desejo mundano que eu teria para com os contos dos irmãos seria o telefone do empreiteiro da Bruxa que captura João e Maria. Seria útil demais contar com as habilidades desse sujeito em arquitetar paredes de biscoito e decoração de confeito. Eu mal consigo pintar uma parede com esmalte sintético comum, e o homem reboca tudo com marshmallow? Se Jacob ou Wilhelm me arrumassem o contato, eu ficaria muito agradecida... Mandaria o empreiteiro da Bruxa fazer pra mim um sobrado de alfajor com escadas de Bis e um laguinho de Ki-Suco.
Mas talvez a coisa que eu mais cobice dentre todas as criações dos Grimm pertença à Branca de Neve – e eu não estou falando do Dunga. Eu queria muito, muito mesmo, que a princesinha dos cabelos cor de ébano e lábios carmim me dissesse onde encontrar aqueles bichos que limpam a casa toda.
Bastava cantar uma musiquinha e acenar que os coelhos espanavam o pó, os esquilos arrumavam a cama e os cervos lavavam a louça! Ok, eles usam rabos e línguas, o que é bem nojento, mas e daí? A pocilga dos anões ficou um brinco, e a Branca, muito sabida, só ficou mesmo rodopiando com a vassoura e dando palpite; quem pegou no batente foi a bicharada. Acho até que tinha um gambá passando camisa e uma coruja rachando lenha em algum lugar...
Se ponho a mão em dois ou três guaxinins daqueles, boto um para arear as panelas e vendo os demais eBay por uma fortuna! Ah, os contos de Grimm nos fazem mesmo sonhar, não?
Garotas que dizem Ni
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