Nos idos anos 90, minha irmã trabalhava em certa empresa de TV a cabo líder de mercado. Certa vez, houve uma festa de fim de ano em um clube na zona oeste da cidade. Todos foram dispensados para curtir o churrasco 0800 na beira da piscina, com direito a sorteio de brindes. Todos animados e ansiosos. No entanto, a festa não começava. Um dos diretores da empresa fazia um discurso interminável. O bruto já havia elencado as conquistas do ano que se encerrava e as expectativas e metas para o que começava, as dificuldades enfrentadas e as vindouras. Já havia agradecido à colaboração de funcionários, fornecedores, clientes, extra-terrestres, entidades da umbanda e candomblé e à mãe dele. O homem não calava a boca e todos doidos pra cair de boca no churrascão e na cervejota. Então eis que, finalmente, ele sinalizou que ia terminar a falação.
− Então para finalizar, quero chamar aqui a E. para dizer algumas palavras pra gente. Ela que teve um trabalhão pra organizar essa festa maravilhosa, E., vem aqui!
E., gerente de RH e sapata-caminhoneira, já tava co-lo-ca-dís-si-ma e tão de saco cheio da falação quanto o restante dos convivas. Ela subiu ao palquinho, pegou o microfone e disparou:
− Eu só tenho uma coisa a dizer: hoje é um bom dia para dar o cu. Muito obrigada.
Silêncio absoluto na platéia. O palhaço-diretor, sorriso amarelo tão sem graça quanto vocês podem imaginar, tentou ser blasé, mas a emenda foi pior que o soneto.
− Então, pessoal, vamos lá, né?
Vamos lá onde, cara-pálida? Dar o cu?
HTP
quarta-feira, 26 de março de 2008
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