Chegando no trabalho hoje, dei uma ré no carro para
não impedir uma rampa de acesso para cadeirantes. Daí que tarra lá toda feliz por
ter contribuído com a humanidade quando chega um carro escroto e estaciona na
minha frente, bloqueando a rampa.
Vamos pensar que a motorista não viu a rampa. Que,
do ângulo de visão que ela tinha, do sentido em que ela vinha, do alto do carro,
não dava pra ver a rampa.
Como lidar?
- “Ô, moça! Não pode estacionar aqui não porque
aqui é rampa”.
- “Ah, é?”
- “É! Estaciona atrás do meu.”
E tirou mesmo.
Segui meu caminho com aquela sensação chata de perceber
quantas vezes antes eu havia me importado. Poderiam ser mais. Já deixei muita
rampa passar, preocupada em levar fora ou por preguiça. Porque, né, minhas preocupações são sempre muito relevantes.
Há uma mudança grande acontecendo aqui. A cada ano ligo mais o “foda-se” e relaxo. Dá até medo. Vou
virar uma velha encrenqueira pácaralho, porém, justa.