quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DESTRUA. EVOLUA.

Neste Natal, só me dei um presente: uma trituradora de papéis. Ela é excelente. Tritura até 7 folhas por vez e ainda cartões de crédito, CD’s etc. Ainda tem “função reversa”. Nos últimos 5 dias, já destruí mais papelada do que nos últimos 5 anos somados. E posso dizer, é uma experiência absolutamente libertadora.
“Shiva é o terceiro deus da Trindade Hinduísta. Conta-se que Brahma criou o Universo; Vishnu o sustentou por um dia de Brahma (4 trilhões de anos terrestres) e no seu término Shiva o destruiu para que pudesse ser novamente criado (a ideia de renovação cíclica da vida).”
Temos o conceito fortemente estabelecido de que perder alguma coisa é ruim. Para falar a verdade, sempre achei graça dos gregos quebrando pratos ou dos tibetanos destruindo aquelas mandalas de areia que demoram meses sendo desenhadas. Mas o quão sábio não é isso? Há um forte teor de desapego nisso tudo. Como li em um desses e-mails que as tias mandam pr’a gente, “é preciso jogar coisas velhas fora, abrindo espaço para que as novas apareçam“. Lembra do lindo filme ‘Up‘ da Pixar? E daquela história do peso da mochila, de ‘Up in the Air‘?
Por isso, hoje temos toda uma filosofia do minimalismo ganhando força. Blogs como o Zen Habits, o Becoming Minimalist ou o mnmlist falam muito bem sobre o assunto. Nós não somos as coisas que temos. Nós não precisamos de tanta coisa assim. No Discovery Home&Health, há um programa chamado “Acumuladores“. Um programa mais triste do que curioso. O pior é que, em certo teor, estamos todos contraíndo esse distúrbio do acumulo compulsivo. Somando, querendo, juntando.
Minha proposta para você, nessa última semana vazia e fantasmagórica do ano: desfaça-se. Separe toda aquela papelada que você nunca mais usará e destrua. Separe as roupas que não lhe servem mais e doe para a comunidade carente mais próxima ou para uma instituição necessitada. Doe essa pilha de livros que só faz pegar poeira. “Zere” seus pendrives, apague mensagens desnecessárias, delete sem dó aqueles e-mails marcados com estrelinhas que você nunca responderá. Desista do “produto abacaxi”. Quebre o porquinho e invista em algo útil. Livre-se. Descubra o que realmente é necessário e fique com pouco.
A chuva de papel picado do último dia útil, cada vez mais em desuso, nunca fez tanto sentido. Tenha uma ótima destruição você também. E uma reconstrução mais inspirada ainda.
P.S.: Sabe aquele papo de Calendário Maia? Doomsday de 2012? Fique muito tranqüilo. A destruição prevista não será como os filmes de Hollywood pregam. Será um ponto final em nosso modelo errôneo e paradigmático de ver as coisas. Muita coisa mudará. Para melhor. Pode acreditar.

2 comentários:

Ti disse...

Eita! Bom pra você esse texto =D Todos nós temos algo a "destruir" e consequentemente "construir" novamente. Vou tentar fazer pelo menos 50% do discurso ao lado. Beijo.

Cristiano Andrade disse...

Concordo, Vivi! Você acertou em cheio no post e na atitude. Renovação = Renove com ação :)
Feliz 2012 para vc