quarta-feira, 15 de julho de 2009

UM VALE DOIS

Já vi, li e ouvi, por diversas vezes, o deputado Inocêncio Oliveira afirmar que controla 700 mil votos em qualquer eleição majoritária no Estado. É voto para chuchu, não? Tive a curiosidade de fazer, ontem, uma consulta ao site do Tribunal Regional Eleitoral em cima do mapa do último pleito – 2008 - e constatei que o deputado anda inflando números.

Se não, vejamos: o PR, partido que exerce absoluto controle em Pernambuco, elegeu 30 prefeitos, que totalizam 335.105 votos, ou seja, menos da metade do que propala o nobre parlamentar quando enche a boca para cantar de galo em terreiro alheio. Quem mais teve votos nominais, na realidade, foi o PSB, partido do governador Eduardo Campos.

Foram exatos 728.892, distribuídos em 49 prefeituras arrebatadas. Em seguida aparece o PT, com 686.115, dos quais mais da metade no Recife, já que a legenda continua um fenômeno na Região Metropolitana, tendo conquistado apenas oito prefeituras.

Em seguida vem o PTB, que embora tenha emplacado o mesmo número de prefeituras do PR, teve, em votos nominais, quase o dobro – 580.153 votos. Diante disso, não custa perguntar ao líder republicano onde ele foi encontrar mais 365 mil votos para chegar aos 700 mil que garante controlar com mão de ferro. Certamente, Inocêncio deve ter buscado inspiração naquela musiquinha de Luiz Gonzaga – na qual pelas contas dele um não vale um, mas dois.

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